Há tempos não paro para escrever um texto para o meu blog. Várias pessoas me perguntam o motivo, e eu sempre digo que é falta de tempo, mas assumo que também é preguiça e um pouco de comodismo. Hoje eu resolvi deixar isso tudo de lado e vim aqui escrever um pouco e desopilar…
Muitas coisas aconteceram na minha vida desde que parei o blog. Algumas boas, outras nem tanto, mas tentei tirar o máximo dessas experiências, sabe? Quero me tornar alguém melhor – tanto pra mim, quanto para os outros. Quero viver minha vida plenamente e cumprir a minha missão aqui na terra.
Nesses últimos tempos, pessoas muito queridas estiveram muito doentes e outras partiram repentinamente. Tudo isso me deixou pensativa… A nossa vida é muito frágil! Somos tolos de acharmos que seremos imortais e que nada nos acontecerá. Uma coisa que minha mãe sempre disse, e que agora, eu começo a entender perfeitamente é a frase “Para morrer, basta estar vivo”. Seria lindo se todos os que amássemos ficassem ao nosso lado para sempre, mas esse não é o ciclo natural das coisas.. Todos nascemos com um propósito na vida, cabe a nós realizarmos isso ou não.
No final do ano passado viajei para o interior de São Paulo para fazer contatos com outros grupos de Redução de Danos, e para passar umas férias ao lado de uma grande amiga que está morando lá agora. Aproveitei a ocasião para me desligar do mundo e recarregar as energias. Foi ótimo. Porém quando voltei pra capital paulista, recebo a notícia que uma amiga, que tinha ido seguir carreira de modelo na China, tinha morrido. Foi horrível. Apesar de não ter o mesmo contato que tinha anteriormente, me senti péssima – ainda mais pelas circunstâncias em que ela morreu – e fiquei sem acreditar naquilo tudo. Foi o primeiro grande choque de 2013. Foi aí que decidi que não deixaria nada para “amanhã”.
Ao chegar em Fortaleza fiz questão de rever minhas amigas da época de colégio (amigas que me apresentaram à Camila). Pro motivos estúpidos tínhamos nos afastado, mas depois do ocorrido resolvi não deixar mais que isso acontecesse. Claro que as coisas mudaram da época do colégio pra cá. Somos adultas, temos novos amigos, novas responsabilidades, empregos, etc… Ninguém disse que seria fácil, né? :}
Pouco mais de 30 dias depois do ocorrido com a Camila, e me vem outra notícia de morte. Desta vez de um colega de profissão. O Gordo era amigão dele e foi super difícil para ele acreditar. Resolvemos não ir ao velório pois eu, particularmente, acho uma coisa desnecessária para as pessoas que estão ali. Acabamos viajando com alguns amigos e tentei ao máximo fazer com que o Victor esquecesse o assunto.
Uma semana se passou, e acabamos de voltar da missa de sétimo dia dele. Ele era muito querido por todos, e na época que convivi com ele, apesar de não sermos do mesmo setor, ele me tratava super bem – mesmo sem ter motivo algum. Isso era uma característica dele, e por isso, fiquei muito chocada quando soube que ele estava hospitalizado e que seu quadro era irreversível. Ele era jovem, tinha apenas 31 anos, mas viveu sua vida intensamente e partiu de maneira abrupta, deixando amigos e familiares cheios de saudades e com um grande vazio no peito. Mas acredito que as pessoas só partam quando cumprem sua missão, e a dele deve ter sido muito bem cumprida. Por diversas vezes me emocionei ao ver a Igreja cheia de pessoas que estavam se unindo por um propósito – homenageá-lo e despedir-se.
Ao voltar pra casa fiquei a pensar, e quero deixar aqui registrado (mais) esse pensamento…
Eu, quando partir, dispenso essa coisa de velório e de missa. Sério mesmo. Pra mim, é apenas enfiar o dedo cheio de sal, na ferida que está muito aberta. Eu prefiro que meus amigos e familiares me enterrem numa cerimônia simples, e que depois sigam as vidas deles. Prefiro que lembrem de mim em momentos alegres. Que sentem juntos para celebrar o que eu fui em vida e não para chorar depois que eu partir. Quero que lembrem com saudade e não com dor. E quero que lembrem que se eu parti, é porque eu consegui, finalmente, cumprir a missão que Deus me deu ao me dar a vida.
A para terminar, quero que todos lembrem que a vida é muito curta. Vamos deixar de lado as brigas, vamos praticar o bem (sem olhar a quem), vamos evoluir… vamos dizer mais “eu te amo”!
Mãe, pai, Nayanna, avós, Gordo, amigos (próximos ou não) e a minha turminha “AFF!”… eu amo vocês! As vezes é difícil dizer ao vivo, mas espero que minhas pequenas atitudes demonstrem o que sinto por vocês.
Até logo menos!
Erika.